Resenha | O cavaleiro dos sete reinos, de George R. R. Martin

capa-livro-o-cavaleiro-dos-sete-reinosO cavaleiro dos sete reinos
Autor: George R. R. Martin
Tradução: Marcia Blasques
Editora: Leya
Páginas: 416
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Hoje é a última sexta-feira que o Valeu, Gutenberg! embarca para Westeros. Depois de resenhas sobre os cinco volumes já lançados de As crônicas de gelo e fogo, chegou de a vez de escrever sobre O cavaleiro dos sete reinos. O livro reúne três contos longos que se passam cerca de 90 anos antes da trama principal da saga, e mostram o início da amizade entre o jovem cavaleiro Dunk e seu escudeiro, o garoto Egg.

Os protagonistas formam uma dupla com características que já foram usadas diversas vezes em outras obras: Dunk é alto, forte e corajoso, apesar de não ser muito inteligente; Egg, por outro lado, é pequeno, mas ousado e esperto. Juntos eles viajam de castelo em castelo, oferecendo seus serviços para os senhores locais. No futuro, ambos se tornarão figuras importantes de Westeros. Mas, antes de falar disso, vamos aos contos em si.

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Egg e Dunk.

O cavaleiro andante

O primeiro conto de O cavaleiro dos sete reinos mostra como Dunk e Egg se conheceram. Dunk acaba de herdar as armas e os cavalos de Sor Arlan de Centarbor, a quem ele servia como escudeiro. Segundo a versão de Dunk, Sor Arlan o teria sagrado cavaleiro antes de morrer. Com seu novo título de nobreza, Dunk decide participar do torneio de Campina de Vaufreixo e, no caminho, ele conhece Egg. Os maiores cavaleiros de Westeros também se dirigem para o torneio e Dunk, rebatizado de Sor Duncan, o Alto, acaba entrando em desavença, antes das competições, com os príncipes Targaryen, herdeiros do trono de ferro.

A espada juramentada

Um ano e meio depois de O cavaleiro andante, Dunk e Egg estão nas terras da Campina, a serviço de Sor Eustace Osgrey. O velho lorde, que já teve dias melhores na juventude, está numa disputa territorial com Lady Rohanne Webber, uma senhora conhecida pelo assustador apelido de “Viúva vermelha”. Cabe a Dunk e Egg resolver a questão, seja por meios diplomáticos ou pela força. Esse conto traz várias informações sobre a Rebelião Blackfire, que foi uma guerra pelo trono disputada entre os filhos legítimos e os bastardos do rei Aegon IV, que tinha chegado ao fim dez anos antes.

O cavaleiro misterioso

Dunk e Egg se encaminham para o Norte para lutar pelos Stark contra os Greyjoy, quando encontram uma comitiva de cavaleiros. Convidados por eles, os dois amigos vão para uma festa de casamento, que acaba se revelando uma reunião com propósitos perigosos. Novas informações sobre a Rebelião Blackfire vem à tona e vemos “em carne e osso” um personagem importante, não só para a história de Westeros como para As crônicas de gelo e fogo: Brynden Rivers, também conhecido como “Corvo de Sangue”.

Contos acessíveis

Muita gente se assusta com o tamanho de As crônicas de gelo e fogo e acaba relutando em ler os livros. Pra esses leitores, O cavaleiro andante seria uma boa porta de entrada para a obra de George R. R. Martin. Vários elementos presentes na saga principal também aparecem nesse livro, mas numa escala menor: conspirações, violência, cavaleiros honrados (ou sem honra nenhuma), reviravoltas… Mas, graças principalmente a Dunk, O cavaleiro andante é bem mais leve do que As crônicas de gelo e fogo.

Entretanto, os leitores que já estão familiarizados com Starks e Lannisters vão se divertir muito mais com os contos. Neles, sabemos, por exemplo, porque existem dois ramos da família Fossoway, e até Walder Frey aparece em O cavaleiro misterioso. Ele ainda era uma criança, mas já mostrava que tinha um temperamento difícil…

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O julgamento de sete.

Outro ponto alto de O cavaleiro dos sete reinos é que num dos contos acontece um “julgamento de sete”. No universo criado por George R. R. Martin, uma pessoa acusada de um crime pode recorrer ao “julgamento por combate”. Ela recruta um guerreiro para lutar em sua defesa, enquanto o acusador escolhe um adversário. A inocência ou culpa do réu seria decidida de acordo com quem vencesse o duelo, já que a vitória, de um ou de outro, teria sido designada pelos Deuses. O “julgamento por combate”, de um contra um, apareceu diversas vezes em As crônicas de gelo e fogo, mas o “julgamento de sete” (com sete combatentes de cada lado) ainda era inédito nos livros, embora já tivesse acontecido outras vezes na história de Westeros.

Atenção: spoilers

Eu não queria dar spoilers sobre os personagens, mas eu PRECISO falar sobre o futuro e a identidade deles… Não é nada comprometedor, mas, se você não quiser saber, pare por aqui.

Egg, na verdade, é Aegon Targaryen, que, anos depois, será coroado rei, com o nome de Aegon V, “o Improvável”. Dunk, ou melhor, Sor Duncan, o Alto, será nomeado por Aegon V como o Senhor Comandante da Guarda Real, se tornando um dos cavaleiros mais lendários da história de Westeros. Ele é citado diversas vezes em As crônicas de gelo e fogo e, segundo várias teorias, Brienne de Tarth e/ou Hodor podem ser seus descendentes! Já Brynden “Corvo de Sangue” Rivers, ao que tudo indica, se tornou o “Corvo de Três Olhos”, o vidente misterioso que terá influência decisiva no futuro de Bran Stark.

Fim dos spoilers

A leitura de O cavaleiro dos sete reinos está recomendada. Os contos caíram no gosto dos fãs e também no de George R. R. Martin, que prometeu lançar novas histórias sobre as aventuras de Dunk e Egg. Existem ainda várias especulações que essas histórias dariam origem a uma nova série da HBO, depois que Game of thrones chegasse ao fim. Os contos foram lançados em diferentes formatos pela Leya, em brochura (que é a que eu tenho), com capa dura e em edição ilustrada. Os dois primeiros contos ganharam adaptações também em quadrinhos.

AVALIAÇÃO

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Imagens extraídas da internet.

 

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